“Um dos segredos da vida é aprender com os erros ”
É necessário obter consciência da importância que o erro tem na construção do conhecimento. Os sistemas de ensino, de uma forma geral, estão enquadrados numa cultura que estigmatiza e reprime o erro, porque o enfoque é dado ao resultado em detrimento do processo.Errar é uma das componentes fundamentais no processo de construção do conhecimento, ao gerar descontentamento, o erro impulsiona a pessoa a procurar novos caminhos para a resolução de problemas, ou seja, obriga à ação cerebral. Afinal quando detectamos que erramos, o comportamento posterior natural é procurar alternativas. O ato de errar permite uma aprendizagem, um momento em que o aluno tem a liberdade para ter as suas próprias experiências. O importante é incentivar o aluno a responder qualquer coisa, exercitar a atividade mental e a criatividade.O contexto escolar de forma geral, está cercado de fronteiras normativas e a liberdade para pensar e criar fica bloqueada, aniquilando-se a expressão livre, e também o espaço que está reservado ao erro, à auto-educação, à realização pessoal. Os jovens têm medo de falhar, porque não lhes ensinaram que perder ou ganhar faz parte da própria vivência. Muitas vezes não estão receptivos a novas idéias porque têm medo de errar.O erro é uma variável que deve acompanhar o processo educativo. É na frustração e no desconforto inerente ao erro que se fixa a memória da lição adquirida. Errar e refletir sobre o erro, ultrapassando-o, é um caminho profundo de construção de saberes e competências. O conhecimento aprendido é uma lição completa e não apenas uma resposta pronta a ser repetida. Ou seja, o que fica na memória é o processo de procura de respostas, é a sensação de que “eu sou capaz”, “consegui, vou conseguir mais vezes”. Aprender torna-se assim, um desafio agradável, em oposição à sensaboria de ser ensinado.Que o erro existe todos sabemos. O que tem sido mal gerido é a associação do erro à descaracterização do aluno que errou e sancioná-lo sem lhe dar a oportunidade de descobrir e entender a solução do problema, através da reflexão. A importância do erro como agente de mudança depende da reflexão. A reflexão deve acompanhar este processo e a correção deve ser feita pelo aluno e não imposta pelo professor.Também uma correção ou uma crítica inadequadas podem ser desastrosas para o educando, que inconscientemente bloqueia a sua mente, porque tem medo de voltar a errar, de ser punido. Tal como um líder, elogiar os educandos antes de serem corrigido é a melhor estratégia a ser adaptada. Eles estarão mais receptivos para ouvirem as observações feitas por parte do professor e passarão a admirá-lo. Se por um lado, um ambiente de confiança promove a descontração, a participação, a liberdade de expressão, o que faz com que o aluno se sinta confortável, por outro lado, o medo produz o efeito inverso, reduz e reprime a ação e a reflexão provocando a sensação de conforto,de incapacidade e de incompetência .